Nesta terça-feira (25/3), o vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins, levou ao palco principal do Smart City Expo Curitiba 2025 o projeto Curitiba de Volta ao Centro, apresentando a um público especializado em cidades inteligentes de diversas localidades do mundo a iniciativa da capital paranaense para a recuperação econômica e […]
Nesta terça-feira (25/3), o vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins, levou ao palco principal do Smart City Expo Curitiba 2025 o projeto Curitiba de Volta ao Centro, apresentando a um público especializado em cidades inteligentes de diversas localidades do mundo a iniciativa da capital paranaense para a recuperação econômica e social da região central.
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“A recuperação e revitalização socioeconômica do Centro de Curitiba implica diretamente na felicidade do curitibano. O curitibano não fica feliz em ver sua região histórica como estava: desocupada, degradada, com sensação de insegurança. Já estamos atuando e vendo a confiança das pessoas em voltar à região, os empresários já estão se movimentando, dando uma resposta de mercado muito rápida, contribuindo para a recuperação do Centro de Curitiba”, destacou Martins.
Sua fala foi feita durante a sessão plenária Cidades Felizes: Criando Experiências, Repensando Nossas Cidades, que levantou o tema de como a interação com os espaços urbanos influenciam diretamente o bem-estar coletivo.
Martins ressaltou que diversos fatores levam o centro – não só de Curitiba, mas de grandes cidades do mundo todo – a uma situação de sensação de insegurança, de migração dos moradores para os bairros – como a possibilidade de ter onde estacionar, visto que as edificações antigas nas áreas centrais muitas não contam com esse espaço – e que a Prefeitura está atuando em diversas frentes para recuperar a região mais movimentada da cidade.
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Empregos qualificados
Reforçando a importância em discutir o tema desta edição do Smart City Expo Curitiba – Transformando Cidades: Construindo Felicidade, Martins destacou o acesso ao emprego qualificado como chave para o aumento efetivo da qualidade de vida da população das cidades inteligentes.
Martins lembrou que, há um mês, a Prefeitura lançou o Programa Tarifa Zero a Caminho do Emprego, que auxilia pessoas em situação de vulnerabilidade com a gratuidade no transporte público para comparecer a processos seletivos de emprego, e o Sine Móvel, unidade itinerante do serviço de busca de vagas de trabalho.
Para que os trabalhadores de Curitiba possam ter empregos qualificados, contou Martins, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação está em fase final de formatação de um novo programa com cursos de capacitação profissional, que vai oferecer a possibilidade de o trabalhador escolher a formação que quer trilhar, com apoio do município, em instituições de ensino especializadas.
Identidade e pertencimento
Além do programa Curitiba de Volta ao Centro, os colegas de palco apresentaram outros cases de políticas públicas e práticas voltadas à transformação de localidades não apenas para atender as necessidades práticas dos cidadãos, mas que também promovam o desenvolvimento socioeconômico.
Em comum, todos os palestrantes reforçaram a necessidade de encontrar pontos da identidade das cidades que empolguem pessoas sobre os locais onde moram, reavivando o pertencimento.
“O senso de pertencimento é essencial para a felicidade das pessoas nas cidades. Temos de encontrar aquilo que faz com que as pessoas tenham o coração batendo” disse a chefe de Experimentação no Laboratório de Aceleração da ONU no Panamá, ligado à ONU, Betty Chemier.
Entre os projetos para desenvolver o senso de pertencimento, ela citou um trabalho com jovens, que envolveu o uso de um software de Inteligência Artificial para simular situações de desastre sobre fotos antigas dos bairros onde moram, incentivando o envolvimento para desenvolver soluções de prevenção e mitigação dos efeitos.
Mediada pelo presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, a plenária também teve a fala do especialista em place branding, placemaking, futuro das cidades e sócio-diretor da N/Lugares Futuros, Caio Esteves; e do vereador da cidade do Rio de Janeiro, Pedro Duarte Junior.
Esteves destacou o quanto as políticas públicas precisam pensar as cidades e suas áreas centrais a partir da incerteza. “Muitas vezes, quando falamos de Centro, os olhos estão voltados para o passado, para o ‘voltar a ser como era’. A pandemia nos lembrou que nada vai voltar a ser como era e que temos de pensar as mudanças considerando que elas não serão perenes.
Reocupação
A experiência da capital fluminense, apresentada por Duarte Junior, contou como a Prefeitura do Rio de Janeiro criou estratégias para que as empreiteiras investissem no Centro Histórico da cidade para novos lançamentos, passando de uma vacância de 7 unidades domiciliares vazias a cada dez na região para uma projeção de dobrar, até o final de 2027, a população do Centro Histórico, de 12 mil para 24 mil.
“Nosso desafio era como transformar imóveis do Centro em áreas residenciais. Levamos em conta que é uma região que já tem infraestrutura, o que é de interesse de quem constrói. Foram criados incentivos tributários, isenção de IPTU e de ISS na obra, concessão de potencial construtivo, entendendo as normas urbanísticas do século 21, mas respeitando características de construções feitas séculos atrás”, enumerou.
O saldo positivo é de que a região é, atualmente, o 3º bairro com mais lançamentos imobiliários na cidade, com 4 mil unidades lançadas por incorporadores privados.